quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ame a sua dor - Por Henri Nouwen

Paul Brand era médico e missionário em uma colônia de leprosos. Uma das muitas frases que ele nos deixou foi: ame a sua dor. Ao nos explicar o significado desta frase, ele se baseou em sua experiência como médico e como missionário. Uma vez, ele nos disse que tínhamos uma imagem errada dos leprosos, ao imaginá-los sempre sem os dedos ou até mesmo sem o nariz. Na verdade, chegamos à conclusão errônea de que estas mutilações são consequência da lepra (ou doença de Hansen) em si.
O que ocorre é que os leprosos perdem a sensibilidade. É o que a doença de Hansen realmente causa: ela faz que as pessoas não sintam dor. Elas podem tocar um fogão ou uma panela sem se dar conta que eles estão queimando de quente, até que um dedo caia. Ou coçar o nariz até que ele se infeccione e acabe caindo. Agora fica muito claro o que o dr. Brand quis dizer ao nos aconselhar a amar a nossa dor.
Todo tipo de dor nada mais é do que uma espécie de conselheiro, que nos diz algo sobre nós mesmos. Ela pode ser física, emocional ou mesmo espiritual. Podemos estar doentes, experimentar uma série de sentimentos ou nossas vidas podem estar sem rumo.
O dr. Brand costumava dizer que devíamos amar nossa dor, e parte deste amor se manifestaria na possibilidade de podermos investigar as suas origens. Do mesmo modo que ocorre com uma pérola de grande valor, podemos descobrir alguma coisa sobre nós mesmos. Mas que tipo de coisa poderíamos descobrir a nosso respeito? Isso é uma decisão que varia de pessoa para pessoa.
Um outro médico, dr. David D. Burns, escreveu um livro sobre as diferentes origens do desconforto psicológico. O título do livro é Sentindo-se bem: A nova terapia do humor. Neste livro, o dr. Burns, que é professor de psiquiatria, discute as possíveis causas do desconforto psicológico. É um livro que vale a pena ler.
Como vocês devem ter notado, acredito que noventa e cinco por cento do sofrimento humano é desnecessário e, em grande medida, de origem neurótica. Quando uma pessoa querida morre, nunca mais veremos esta pessoa novamente. Isso sim é que é sofrimento. Mas sempre podemos fazer algo para minorar nosso complexo de culpa, nossa ansiedade em relação ao futuro ou complexo de culpa, nosssa ansiedade em relação ao futuro ou nosso complexo de inferioridade, e é isto o que sempre deveríamos fazer.
Como diria o dr. Brand, devemos amar a nossa dor e investigar as suas causas, onde quer que elas estejam.
Quanto mais nos deixarmos abater pela dor, menor será a nossa capacidade de amar e de cuidar do próximo.
(Texto do livro: Histórias do meu coração. Henri Nouwen - Ed. Loyola)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ministério Jovem - Eu faço parte dessa história

Uma pessoa que não tem história é um vazio só. História é tudo aquilo que vivemos e que de fato nos construiu. Ao olhar a minha história pessoal percebo tantas coisas bonitas e marcantes que já vivi. Mas sem dúvida alguma fazer parte do Ministério Jovem da RCC (antiga Secretaria Marcos), mudou os rumos da minha vida, mudou a minha história. Jesus é minha vida, e eu sou grato a Ele por ter se deixado encontrar justamente em um grupo de oração jovem no ano de 1995, foi ali que também encontrei todo o trabalho de juventude da RCC. Dali em diante, a partir do meu grupo de oração, fui me envolvendo no trabalho com a juventude, primeiramente na arquidiocese de Curitiba e como consequência disso acabei por exercer o serviço da coordenaçãodo no Ministério Jovem arquidiocesano, depois a coordenação estadual e também a nacional, são quatorze anos de trabalho nesse ministério, glória a Deus por isso!
Toda essa caminhada me construiu, foi um grande alicerce para ser o homem que sou hoje e me projeta para o homem melhor que devo ser a cada dia da minha vida.
A espiritualidade sempre forte vivenciada pela busca constante do Batismo no Espírito, que tem como consequência direta um vivo e forte desejo pela Palavra de Deus, pela Eucaristia, pelo amor a Virgem Maria e também pela vida em comunidade, foram e ainda são as marcas constantes desse serviço a juventude através da RCC.
Outra coisa muito importante que aprendi nesses anos de ministério jovem foi sobre a responsabilidade social e política que devemos ter, aqui no estado do Paraná tive realmente a graça de ser formado nesse aspecto, sendo algo que ainda lutamos fortemente, e não tenho dúvidas que marcaremos a vida pública de nosso estado e rezamos para que também marquemos o nosso país!
Mas o que ganhei mesmo foi uma grande família! E que família! Somos mais que amigos, carregamos dentro de nós um amor profundo, comprometido e zeloso, que não deixa de ter seus altos e baixos, mas que nunca deixa de ser amor. Talvez temos laços entre nós mais fortes do que laços de família de sangue.
Hoje com 32 anos, casado e pai, não consigo desvincular a minha vida do trabalho com a juventude, me sinto apaixonado por ela, me identifico com ela, e com toda modéstia creio que ela se identifica comigo, pelo menos no ambiente religioso em que vivo. Como me diz um grande amigo: "agora você é assessor...rsrsrs", diz isso por causa do documento 85 da CNBB que diz que a juventude vai até aos 29 anos...
Eu faço parte da história do ministério jovem e ele da minha! Hoje quando ando pregando o evangelho por tantas cidades vejo quantos jovens fizeram sua experiência com Deus e me alegro no Senhor, e agradeço a Ele por me fazer digno dessa história. Você meu querido amigo e minha querida amiga, que lê essas simples palavras, você também é chamado a construir essa história, a marcar a sua vida com a presença do Reino de Deus. Somos Sentinelas da Manhã... sobre isso escrevo outra hora...