Auxílio Ministerial é a ajuda que o pregador, palestrante, ministério de música, etc... recebem quando são convidados a um serviço específico na Igreja. Este é um assunto "espinhoso" e precisa ser bem compreendido. A linguagem corrente na Igreja que específica esse trabalho é a "assessoria".
Todo trabalhador é digno de seu salário, e é importante que as pessoas que servem à Igreja, que vivem por ela, também sejam contemplados.
Algumas pessoas sempre me perguntam o que eu acho sobre aqueles pregadores e/ou músicos que estabeleceram valores específicos para uma determinada missão ou show. Antes de dizer o que penso, quero levantar uma questão...
Eu aprendi na minha caminhada na Igreja, que a primeira coisa quando íamos realizar um retiro, era cuidar do(s) missionário(s) que vinha(m) pregar a Palavra de Deus. E o primeiro dinheiro a ser destinado era o "auxílio ministerial" que iríamos doar pra ele. Além disso, sempre prezávamos pelo bem estar do missionário, para que de fato ele pudesse estar todo preparado para o retiro. Outra coisa importante era deixar claro que auxílio ministerial não é o pagamento das despesas do missionário, ex: passagem aérea, alimentação, combustível,hospedagem,etc. Despesa é uma coisa, auxílio ministério é outra bem diferente!
Muitos pregadores e músicos, quando íamos fazer o pagamento do auxílio ministerial, se recusavam em recebê-lo ou destinavam o valor para uma instituição de caridade. Mas para muitos missionários esse auxílio ministerial era a concretização da Providência Divina, uma ajuda importante para as suas vidas. O fato é, que o auxílio ministerial é uma OBRIGAÇÃO DE AMOR, DE CARIDADE E DE RESPONSABILIDADE, por parte de quem organiza algum evento ou retiro.
Respondendo a pergunta acima feita, eu não concordo com essa forma das pessoas estabelecerem valores para irem pregar ou cantar, mas acho que elas tem o direito de fazê-lo, justamente por que muitas dessas pessoas são evangelizadores de tempo integral e dependem do auxílio financeiro. Muitos desses missionários passaram a estipular um valor pela falta de responsabilidade dos organizadores dos eventos, que muitas das vezes não pagavam nem mesmo as despesas dos missionários, que dirá um auxílio ministerial! Outro exemplo acontece com os mnistérios de música que são convidados que para realizarem shows de evangelização, mas quando chegam no local do evento não tem nem som e nem um local apropriado para realizá-lo. Por esse motivo,muitos deles passaram a exigir em contrato a responsabilidade de ter os equipamentos necessários para realizar um show. Essa situação toda gerou alguns exageros, principalmente nos valores cobrados por alguns cantores católicos, que estão muito longe de serem missionários e passaram a ser somente artistas. Mas a raíz do problema está no fato de que, quem organiza um evento ou show, tenha o discernimento e a caridade de pagar as despesas e o auxílio ministerial. Se o missionário vai aceitar ou não, isso é com ele, mas a nossa obrigação é fazer a nossa parte.
Outra coisa, o valor do auxílio ministerial na maioria das vezes é estabelecido pelos regimentos e estatutos diocesanos ou pelos regionais da CNBB, que quase nunca são observados.
Sei que para mim, comentar um assunto "espinhoso" como esse me coloca numa situação um pouco complicada, já que também sou missionário, e pode parecer defender a minha causa..., mas escrevo, por que nas conversas com muitos missionários em todo o Brasil a reclamação é sempre a mesma. Conheço casos em que a vida financeira do missionário está complicada por que ele mesmo está arcando despesas de encontros que ele é convidado a pregar....Me desculpem, mas isso é caminho de maldição e não de benção!
"Convém lembrar: aquele que semeia pouco, pouco ceifará. Aquele que semeia em profusão, em profusão ceifará. Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria. Poderoso é Deus para cumular-vos com toda a espécie de benefícios, para que, tendo sempre e em todas as coisas o necessário, vos sobre ainda muito para toda a espécie de boas obras. Como está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça subsiste para sempre (Sl 111,9). Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para comer, vos dará rica sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça. Assim enriquecidos em todas as coisas, podereis exercer toda espécie de generosidade que, por nosso intermédio, será ocasião de agradecer a Deus. Realmente, o serviço dessa obra de caridade não só provê as necessidades dos irmãos, mas é também uma abundante fonte de ações de graças a Deus. Pois, ao reconhecer a experimentada virtude que essa assistência revela da vossa parte, eles glorificam a Deus pela obediência que professais relativamente ao Evangelho de Cristo e pela generosidade de vossas esmolas em favor deles e em favor de todos. Além disso, eles oram por vós e vos dedicam a mais terna afeição em vista da eminente graça que Deus vos fez.Graças sejam dadas a Deus pelo seu dom inefável." (II Cor 9,6-15)
Essa passagem da II carta aos Coríntios, revela bem o compromisso que a comunidade tinha com os evangelizadores, não só no dízimo, mas nas ofertas e nas necessidades da Igreja.
Quanto a nós evangelizadores, devemos trabalhar e, de maneira nenhuma sermos pesados a ninguém, a exemplo de São Paulo.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ricardo: concordo plenamente com você. Tudo o que você escreveu é verdadeiro. Toda a liderança da RCC deveria ter acesso a essa sua colocação, pois assim, quem sabe, seriam evitadas muitas injustiças.
ResponderExcluirAbraços.
Maria Anilde.
Ricardo, Boa noite!
ResponderExcluirConcordo com seu artigo, muitos missionários têm passado por isso. Os organizadores de eventos têm que assumir o trabalho do irmão que é missionário com amor, pois os eventos que são realizados na maioria das vezes são eventos que geram lucros, e muitas vezes os missionários, sejam eles pregadores ou ministério de música, colaboram para que esse evento venha a ter lucro. Portanto, isso também é razão para ajudar no auxilio ministerial para esses irmãos.
Fernando Gomes
Rico,
ResponderExcluirGraça e Paz!
Concordo plenamente contigo, Rico. Eu acho que a questão mereceria, ainda, mais um complemento.
Tenho ouvido pessoas criticarem com veemência o fato de que - assim o dizem - "pessoas estão 'lucrando' as custas do Reino de Deus". E isto tem gerado retalhações para os que exercem suas profissões no Reino - quando estes são de caminhada, pois quando não são, paga-se o que se deve pagar sem queixa alguma! Há, em verdade, uma incompatibilidade entre vida Profissional e Missão? A pessoa pode fazer da sua missão a sua Profissão? Gostaria que se pudesse tocar nesse ponto com mais profundidade também.
Concordo Rico, vc deixou claro que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa :)
ResponderExcluirPregadores, Ministérios de Música e até mesmo Teatro, que dão suas vidas pela missão, merecem e necessitam desse auxílio ministerial e de condições dignas de repouso, alimentação e equipamentos. Já as pessoas que exploram o povo de Deus cobrando valores absurdos e exigindo confortos extraordinários, estão esquecendo que são cristãos.
belo post. grande abraço!!
Ola Rico. Bom dia.
ResponderExcluirConcordo com você, pois em muitos lugares que estive se quer perguntaram os gastos que tive e ajuda ministerial foram raras as vezes que isso aconteceu. Hoje quando é alguém mais conhecido ou de nome é a primeira coisa que fazem separando o valor para os custos e ajuda ministérial, agora principalmente quando é um missionário jovem não valorizam todo investimento e dedicação que esse jovem missionário fez para poder ser o ministro de musica, pregação, teatro entre outros. Parabéns pelo artigo por que é a nossa realidade de missionário nos dias de hoje. Saudades Regis
Eu como pregador concordo ........mais não concordo com isto que anda acontecendo de pregadores fixarem valor para pregar.........tá de brincadeira e tem isto .... pregadores Freelancers....que não querem compromisso só viver pregando e pregando ....se formar nada !
ResponderExcluir